ATA DA DÉCIMA NONA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 26-8-2003.
Aos vinte e seis dias do mês de agosto de dois mil e
três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e trinta minutos, constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da
presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao
Senhor Carlos Geyer Rodrigues, nos termos do Projeto de Resolução n° 031/03
(Processo n° 1463/03), de autoria do Vereador Dr. Goulart. Compuseram a Mesa: o
Vereador João Antonio Dib, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o
Senhor Wilson Martins, representando o Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre; o Desembargador Délio Spalding de Almeida Wedy, representando o
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; o Conselheiro João Luiz
Vargas, representando o Tribunal de Contas do Estado; o Juiz Almir Porto da
Rocha Filho, Diretor do Foro Central; o General-de-Brigada Sérgio Luiz Vazda
Silva, Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sul; a Senhora Eva Sopher,
Presidenta da Fundação Theatro São Pedro; o Major Marcos Borges, representante
do V Comando Aéreo Regional - COMAR; o Senhor Geraldo Stédile, Presidente do
Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Senhor Carlos Geyer
Rodrigues, Homenageado; a Senhora Josi Geyer, esposa do Homenageado; o Vereador
Ervino Besson, 2° Secretário deste Legislativo. Após, o Senhor Presidente
convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional Brasileiro,
registrou a presença do Senhor Guilherme Socias Villela, ex-Prefeito Municipal
de Porto Alegre e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome
da Casa. O Vereador Dr. Goulart, como proponente da Sessão e em nome das
Bancadas do PT, PMDB, PC do B e PSB, pronunciando-se acerca dos motivos que o
levaram a propor a outorga do Título hoje entregue, discorreu sobre a
trajetória profissional e pessoal do Homenageado, salientando estudos
realizados na Academia Militar de Agulhas Negras e na Universidade Federal do
Rio Grande do Sul e sua atuação como empresário da área de engenharia civil. O
Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, analisou o significado do
Título de Cidadão Emérito, afirmando que essa homenagem representa o
reconhecimento da Cidade, através de sua representação política, do trabalho
realizado pelo Senhor Carlos Geyer Rodrigues em prol do engrandecimento de
Porto Alegre, trabalho em constante aperfeiçoamento técnico e marcado pela
busca de melhorias sociais. O Vereador João Carlos Nedel, em nome da Bancada do
PP, comentando a amizade que o une ao Senhor Carlos Geyer Rodrigues, declarou
ser Sua Senhoria um exemplo de cidadão consciente de sua função dentro da
sociedade, salientando que os títulos e as obras que integram o currículo do
Homenageado são apenas uma pequena amostra da verdadeira grandeza de sua
personalidade e da magnitude de seu caráter. Na oportunidade, o Senhor
Presidente registrou a presença do Coronel Irani Cerqueira, representante do
Comando Militar do Sul. O Vereador Elói Guimarães, em nome da Bancada do PTB,
afirmou que a Câmara Municipal de Porto Alegre hoje está de parabéns, pois
homenageia um cidadão modelo de empreendedor, de homem que ajudou a construir o
presente e a preparar o futuro da Cidade. Nesse sentido, salientou ser o Senhor
Carlos Geyer Rodrigues um empresário voltado para a busca do desenvolvimento do
Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador Cláudio Sebenelo, em nome da Bancada do
PSDB, tecendo considerações acerca da integração necessária entre o construtor
e o ambiente a ser alterado, manifestou-se sobre a influência das obras do
Homenageado na vida da Cidade, declarando serem elas representativas de toda
uma concepção de vida criada ao longo de uma trajetória embasada na formação
militar e na personalidade obstinada pela realização individual e coletiva. O
Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, discorreu sobre sua
passagem pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio, época em
que conheceu o Senhor Carlos Geyer Rodrigues, relatando contatos mantidos com
Sua Senhoria, quando ficou evidenciado o espírito empreendedor e a visão
pioneira do Homenageado, bem como seu objetivo de trabalhar em projetos que
favorecessem o crescimento da Cidade. Em prosseguimento, o Senhor Presidente
convidou o Vereador Dr. Goulart e a Senhora Josi Geyer para procederem à
entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Carlos Geyer
Rodrigues, convidou a Senhora Vivian Goulart a proceder à entrega de flores
para a Senhora Josi Geyer e, após, concedeu a palavra ao Homenageado, que
agradeceu o Título recebido. A seguir, o Senhor Presidente convidou os
presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais
havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os
trabalhos às vinte horas e cinqüenta e seis minutos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelo Vereador João Antonio Dib e secretariados pelo Vereador
Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 2º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estão abertos os
trabalhos da presente Sessão Solene, destinada à outorga do Título Honorífico
de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao engenheiro Carlos Geyer Rodrigues.
Compõem a Mesa o Desembargador Délio Spalding de Almeida Wedy, representante do
Tribunal de Justiça; a Sra. Josi Geyer, esposa do homenageado; o Conselheiro
Dr. João Luiz Vargas, representante do Tribunal de Contas do Estado; o Dr.
Almir Porto da Rocha Filho, Juiz Diretor do Foro Central; o General-de-Brigada
Sérgio Luiz Vazda Silva, Chefe do Estado Maior do Comando Militar do Sul,
representante do Comando Militar do Sul; Sr. Wilson Martins, representante do
Prefeito Municipal de Porto Alegre; Sra. Eva Sopher, nossa querida Diretora do
Theatro São Pedro; Major Marcos Borges, representante do V COMAR; Dr. Geraldo
Stédile, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre e o
nosso homenageado, Sr. Carlos Geyer Rodrigues.
Convidamos todos os presentes para, em pé,
ouvirmos o Hino Nacional.
(Ouve-se o Hino Nacional.)
Com muita satisfação, registro a presença
do ex-Prefeito desta Cidade, Sr. Guilherme Socias Villela.
Aproveito, Dr. Carlos Geyer, para dizer
que o Dr. Luis Roberto Andrade Ponte pediu-me, hoje pela manhã, que
apresentasse escusas, pois que, neste momento, ele está em Brasília. Viajou à
tarde para Brasília, do contrário ele estaria aqui.
O Ver. Dr. Goulart, proponente desta
homenagem, está com a palavra e falará pelas Bancadas do PT, PMDB, PC do B e PSB.
O
SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ver. Isaac
Ainhorn, Ver. Ervino Besson, Ver. Reginaldo Pujol, Ver. Pedro Américo Leal,
Ver. Elói Guimarães, Ver. João Carlos Nedel, senhores e senhoras.
Voltado para a lide comunitária e para a
defesa da saúde das gentes, dos profissionais da saúde e pela consolidação do
SUS, agora no terceiro ano de mandato popular, denominei apenas três ruas na
minha Cidade e, no ano passado, não fizemos a indicação deste Título Honorífico
de Cidadão Emérito de Porto Alegre, tão cobiçado pelo Parlamento Municipal.
Compôs-se, em nosso trabalho de gabinete,
a necessidade de propor, neste ano, a outorga do título.
Havia em meu relicário da memória uma
sutil indicação pretérita: a lembrança das conversas com meu querido pai, que
não está mais entre nós, militar ordeiro, criterioso servidor do nosso Exército
Brasileiro na arma de Artilharia.
Sim, eu tinha uma grande indicação: o
engenheiro Carlos Geyer Rodrigues, o nosso herói desta noite.
“Meu pai, e essas placas de Estaqueamento
Geyer, que sempre estão presentes em quase todas as obras da Cidade?”
“Pois é, meu filho, são as ações iniciais
de qualquer construção, que formam a base das edificações, e Geyer é o
engenheiro responsável pela firma” - pois que, provavelmente, naquela época,
pouco se dizia empresa -, “e mais, meu filho: muito me honra saber que este
moço, que dizem muito trabalhador, veio do Exército”.
O nosso homenageado começou na Escola
Militar de Porto Alegre sendo o primeiro classificado no concurso nacional de
admissão e tornou-se oficial pela famosa Academia Militar de Agulhas Negras.
Aqui, na vida militar, expressava-se já o caminho marcado pelo estudo e pela
dedicação rigorosa. Não ficou só no glamour do CPOR e da Academia, o Professor
Geyer foi o instrutor dessas Escolas e conquistou o diploma de Mestre
Benemérito do Curso de Oficiais.
Carlos Geyer Rodrigues, filho de Ilda
Geyer e Carlos Rodrigues da Silva, Oficial do Exército do Brasil, formou-se em
Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Aqui se iniciava uma carreira de destaque
para o nosso ilustre engenheiro que, se permanecesse na vida militar, teria,
por certo, agregado várias estrelas gemadas às suas divisas.
O brilhante aluno Carlos começaria seu
belo ofício com duas raras e desejadas distinções outorgadas pela Fiergs:
primeiro aluno durante todo o Curso de Engenharia Civil e primeiro aluno de
toda a Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
O engenheiro e empresário criou a empresa
Geyer Estaqueamento Ltda. há 35 anos.
No Brasil, falando em termos
estatísticos, 50% das empresas desaparecem entre um e quatro anos de idade; 70%
delas fecham suas portas até o quinto ano.
Na Europa e Japão, a expectativa média de
vida das empresas é de 12 anos e meio.
Trinta e cinco anos de atividade é marca
de respeito internacional. No Brasil, uma empresa que chega aos 35 anos, e no
topo da qualidade em sua missão é exemplo de resistência, de tenacidade,
perseverança e até diríamos teimosia.
O nosso engenheiro Carlos criou também a
Geyer Fundações Especiais S.C. Ltda; homem do seu tempo, está conforme com o
seu avanço. A empresa é a mais antiga, mas é a mais atual. É a mais equipada no
seu ramo. É, na verdade, a pioneira em novas tecnologias de fundações em Porto
Alegre, mais ainda no Brasil. As modernas técnicas incluem fundações por
estacas de grande diâmetro, executadas por rotação, que mudaram o tradicional
processo de bater estacas e fundações em rocha, através de estacas e sondagens
penetrométricas, com equipamentos automatizados, que garantem o sucesso do
empreendimento. Por isso é pioneira no País em alcançar a ISO 9001/2000.
Se a Geyer existe há 35 anos, e a maioria
das competidoras têm em média 10 anos, podemos concluir que os grandes prédios
de Porto Alegre, de nossa história mais medianamente recente, têm fundações
Geyer.
À tardinha, quando a gente vem pela
estrada de Guaíba ou passeia de barco pelo nosso imenso lago, podemos apreciar
o encantado pôr-do-sol, mas também podemos ver o desenho da cidade, na sua bela
ski-line. Ali, a biografia dos
prédios se confundem com a do próprio Carlos Geyer.
E todo esse trabalho, que garante a
construção, tem definida a sua utilidade e a sua função social – a facilitação,
causada pelos viadutos, pontes e metrôs, o emprego, verdadeiramente o primeiro
emprego de muitos, até daqueles que não tem nenhuma especialização. Ah, Carlos
Geyer, o sonho da casa própria, aquele que acolhe todos os nossos outros sonhos.
A Geyer está na Cidade, no Estado e no
Brasil. Lá em Brasília, - cidade projetada por Lúcio e Niemayer, e construída
por Juscelino – quando você desembarcar do avião, procure no aeroporto: tem a
placa Geyer Fundações, e no metrô de Brasília também. Ah, temos ainda o metrô
de Salvador na Bahia. E o metrô Trensurb de Porto Alegre? Também. Goiânia,
Santa Catarina, pontes pelo Rio Grande do Sul, a Freeway, o viaduto Obirici, o
aeroporto Salgado Filho, os viadutos da Av. Carlos Gomes, as pontes do riacho
Ipiranga, os shopping Iguatemi e Moinhos de Vento, supermercados Zaffari,
Bourbon, Sonai, Big, Hospital de Clínicas, Hospital Mãe de Deus, parte do
Pronto Socorro e da Santa Casa. Quando um construtor quer agregar valor ao seu
projeto, ele anuncia que ali estarão as fundações Geyer. Entre tantas
contribuições beneficentes que faz, destaca-se sua mais recente colaboração
social: as fundações do nosso desejado e querido Multipalco do Teatro São
Pedro.
Tem ao seu lado a Sra. Josi Geyer, uma
companheira que traz o apoio para todas as horas, para todas as ocasiões. Muito
teríamos a falar desse cidadão e de sua obra maravilhosa, obra que fica
enterrada nas profundidades dos solos e das rochas, obra que a gente não vê,
mas que garante, como um verdadeiro colo materno, a segurança das cidades que
dormem. Meu querido pai, lá no princípio, estava certo: “A Cidade, que ajudas a
construir, acaricia-te, agradece-te e homenageia-te”, oh, Cidadão Emérito de
Porto Alegre, Carlos Geyer Rodrigues. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Além dos Vereadores
que se farão ouvir, registro as presenças dos Vereadores Pedro Américo Leal e
Ervino Besson.
O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores.
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em primeiro lugar, sinto-me
honrado por estar aqui, nesta oportunidade, nesta circunstância especial de
prestar homenagem ao Dr. Carlos Geyer Rodrigues, e sentimos uma ponta de ciúmes
do colega por ter sido o autor da iniciativa, tal a figura e a
representatividade do homenageado. Então, cada um de nós, Dr. Geyer, tem um
pouco desse sentimento, mas positivo, de ter participado da concessão da
homenagem a esse porto-alegrense, porque ele recebe o Título de Cidadão Emérito
de Porto Alegre. Cumpre esclarecer que há dois tipos de homenagens: uma delas,
a de Cidadão de Porto Alegre, que é conferida àquelas pessoas que não nasceram
em Porto Alegre e que prestam relevantes serviço à Cidade; de outra parte, esta
homenagem é prestada àquelas pessoas que nasceram em Porto Alegre e que também,
por reconhecidos trabalhos, esta Casa presta a sua homenagem.
A feliz iniciativa do Ver.
Dr. Goulart, meu colega de Bancada, por si só bastaria pela representação do meu
Partido, que integra a minha Bancada, por ocasião desta Sessão Solene tão
importante para a vida da cidade de Porto Alegre. Aquilo que foi expresso pelo
Ver. Dr. Goulart bastaria para representação do nosso pensamento e do nosso
sentimento, mas fiz questão de me pronunciar, nesta oportunidade, pela
singularidade da figura que ora é homenageada. Conheço exatamente o sentimento
do Ver. Dr. Goulart, ao fazer uma retrospectiva da sua história, embora jovem,
do papel que desempenhou aqui na nossa cidade de Porto Alegre, honrando esta
Cidade e projetando o seu nome, além-fronteiras do Rio Grande, e a sua empresa
é internacionalmente conhecida, assim como o seu renome como profissional de
escola.
Por essa razão, nós nos sentimos, Dr.
Geyer, na obrigação de comparecer a esta tribuna e prestar a homenagem que ora
a Casa lhe formula, exatamente nessa condição de Cidadão Emérito, exatamente
por pelo reconhecimento que a representação política da cidade de Porto Alegre,
nesta oportunidade, lhe proporciona com esta Sessão Solene. Este Título passou
por um processo legislativo, em que os Vereadores, por unanimidade,
reconheceram a legitimidade da homenagem que lhe foi proposta e que ora se
realiza por meio desta Sessão Solene.
Muitas vezes, existem alguns pontos
polêmicos de alguns títulos que esta Casa concede, em função até da sua
natureza política, da escolha, porque a indicação parte de uma iniciativa de um
projeto de lei de um Vereador, mas há aqueles títulos que se constituem num
consenso, aqueles que cada um dos Vereadores gostaria de ser o autor da
iniciativa, mas o Regimento não permite, porque o Regimento, exatamente,
estabelece que o Vereador tem o direito da apresentação de um título
anualmente. Então, neste momento, o senhor está recebendo o reconhecimento e a
unanimidade da representação política da cidade de Porto Alegre, e quem
enriquece não é a Câmara de Vereadores, que tão simplesmente presta a
homenagem, é o senhor, com a sua figura, com a sua história, com o seu
currículo, com o seu espírito de civismo, com as jornadas que já prestou, não
só do ponto de vista empresarial, mas como cidadão porto-alegrense, como homem
benemérito, de ações sociais, de um homem presente no contexto da vida da
cidade de Porto Alegre, e cuja representatividade está expressa no conjunto de
seus amigos que vêm aqui nesta Casa, nesta noite de hoje, lhe prestar a
homenagem, no momento em que a Câmara Municipal de Porto Alegre lhe reconhece e
lhe defere o Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre. Parabéns, Dr. Carlos
Geyer Rodrigues, orgulho para a cidade de Porto Alegre, para todos nós, para
seus familiares e seus amigos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João
Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra e falará em nome
do Partido Progressista.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O compromisso do
cidadão para com a sua Pátria vai muito além do cultuar cívico e do serviço
direto com a comunidade. O cidadão que é consciente de seus direitos há de
antecipá-los sempre pela consciência de seus deveres. E, de permeio a uns e
outros, o cidadão consciente faz valer sua inteligência, colocando-a inteira a
iluminar a conquista e a preservação dos direitos e a aquecer a exigência e o
cumprimento dos deveres.
É nesse perfil de cidadania que se
impõem, distintos, o nome e a pessoa do engenheiro Carlos Geyer Rodrigues.
Empresário local, sua atividade e suas obras, entretanto, se espalham por todo
o Brasil, marcando forte a presença do talento gaúcho no cenário nacional.
Os muitos títulos que ornamentam o seu
currículo, os importantes cargos que ocupou e as muitas obras que realizou, na
verdade, são apenas uma amostra da verdadeira grandeza de sua personalidade e
da magnitude de seu caráter.
Pessoalmente, estou convencido de que o
Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre que, hoje, esta Casa lhe
está concedendo, não completa o seu currículo, pois esse está vocacionado ao
infinito. Resgata, entretanto, um dever de gratidão do povo de Porto Alegre
para com Carlos Geyer Rodrigues.
Dou meus efusivos parabéns ao ilustre
Ver. Dr. Goulart pela iniciativa que, em tão feliz momento soube adotar.
Neste momento falo em nome da Bancada do
Partido Progressista, que tenho a honra de integrar, juntamente com os ilustres
Vereadores Beto Moesch, João Antonio Dib, que é, atualmente, o Presidente desta
Câmara, e Pedro Américo Leal, Líder da Bancada Progressista e que, por
coincidência, Carlos Geyer, foi seu instrutor no Exército Nacional, exatamente
na Escola Preparatória de Porto Alegre, em 1953. Com o Ver. Pedro Américo Leal,
aliás, tive uma disputa acirrada, para ver quem teria a honra de homenageá-lo.
Foi uma disputa muito séria. Naturalmente eu ganhei pela maior idade. Aliás, a
ligação de Carlos Geyer Rodrigues com o Exército Brasileiro é das mais fortes,
pois foi na caserna, onde antes foi aluno e depois professor, que consolidou a
sua escala de valores, acrescentando a ela os princípios da ordem, da hierarquia,
da disciplina e do progresso. E é o orgulho próprio, dos que conhecem e possuem
a têmpera forjada nas linhas mestras do civismo e do amor à Pátria, que faz de
sua atividade um modo expressivo de servir a sua terra e a sua gente. Tenho o
privilégio de desfrutar da amizade de Carlos Geyer Rodrigues, meu colega de
Diretoria do Instituto Brasileiro Executivo de Finanças, junto com a Dona
Carmem Karan Gerwi. A Carlos Geyer
Rodrigues dedico consideração especial, que transcende os meros laços do
conhecimento para espraiar-se pelos infinitos campos do afeto e da admiração
sincera. Faço aqui uma referência particular à prezada Josi, esposa, amiga e
companheira de Carlos, com quem compartilha cada momento de sua vida.
Meu
caro Carlos Geyer Rodrigues, nenhuma palavra que eu possa acrescentar ao que eu
mesmo ou ao que os que me antecederam já dissemos poderá ser mais expressiva do
que o Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre, que hoje esta Casa te concede
em nome do povo de Porto Alegre. Ainda assim, quero te dar um abraço muito
caloroso, que espelhe o meu sentimento pessoal, que sei ser também o da
unanimidade dos Vereadores que integram esta Casa. Que Deus te abençoe!
Parabéns! (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registro com
satisfação a presença do Cel. Irani Siqueira, contato permanente desta Casa com
o Comando Militar do Sul.
O Ver. Elói Guimarães, Vice-Presidente
desta Casa, está com a palavra. Falará em nome do Partido Trabalhista
Brasileiro.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) A cidadania é, na Casa, um
instrumento pelo qual os representantes do povo relacionam as figuras dos mais
diferentes setores com a comunidade, no sentido de fazer com que a Câmara
Municipal de Porto Alegre agradeça aos homenageados, aos distinguidos. É um
canal de expressão, pois a Câmara Municipal de Porto Alegre é a representação
mais autêntica da cidade de Porto Alegre, porque a Cidade aqui está
representada pelos seus diferentes matizes ideológicos.
Então, quando a Casa concede a cidadania,
como o faz nesta tarde a esta grande figura do Dr. Carlos Geyer Rodrigues, ela,
Cidade, por seus representantes, quer fazer o agradecimento.
É instrumento de justiça a
cidadania. Evidentemente que muitos e tantos outros já deveriam ter recebido
esse reconhecimento, mas, no curso do tempo, essas justiças haverão de ser
distribuídas. Hoje, estamos aqui, neste início de noite tão bonita, com tantas
pessoas representativas da sociedade de Porto Alegre, para prestar homenagem a
essa grande figura que teve uma trajetória no Exército brasileiro não longa,
evidentemente, que depois deixa o Exército e vai-se dedicar à engenharia, à
atividade industrial na construção civil, a essa empresa conhecidíssima no
País, na Geyer, que tem contribuições em várias e diferentes obras de
engenharia aqui e fora.
Diríamos, prezado homenageado, que o
Exército nacional perdeu um General, mas, por outro lado, a Nação, a sociedade,
a engenharia ganharam um mestre, um engenheiro laureado. A construção civil e a
empresa ganharam o empresário modelar que se dedicou e se dedica a diferentes
atividades como o magistério, tanto no campo civil quanto militar. Eis um homem
dedicado, que muito tem ajudado várias instituições beneméritas que necessitam
de uma mão amiga.
A Casa hoje está de parabéns. A Cidade
está agradecida e agradece exatamente pelos seus representantes, é a Cidade,
meu caro Carlos Geyer, que quer te agradecer pelo que tu fizeste pela Cidade.
E, evidentemente, se trata de um homem jovem, simpático, firme, disposto,
trabalhador, que tem muito e muito a dar para a nossa cidade de Porto Alegre. É
um construtor da nossa Cidade, ajudou e ajuda, está a ajudar a se construir
esta Cidade; e não só a nossa Cidade, como diversas outras áreas, em diversos
setores da engenharia.
Então é um grande dia, um grande momento
este para a nossa Cidade, podermos, termos a oportunidade, Ver. Dr. Goulart, de
agradecer em nome da Cidade, porque é aquilo que reiteradamente temos dito: quando
falam os Vereadores, fala a Cidade. É a Cidade que está falando aqui para
agradecer a essa notável figura do empreendedor, do construtor, do homem que
realiza para a grandeza do nosso Estado; é aquele homem que gera tributos, é
aquele homem que gera empregos. Então vejam que momento importante para
podermos agradecer, cumprimentar, saudar uma figura desse coturno, dessa
dimensão, desse porte, que, por assim dizer, é um braço forte na roda da
própria economia.
Portanto receba, Dr. Geyer, a nossa homenagem,
a nossa saudação, extensivo a sua família, e que o senhor continue sendo o que
sempre foi e é, contribuindo para a Cidade, sem se omitir na participação dos
mais diferentes momentos da Cidade de Porto Alegre. Vossa Senhoria, em todos os
acontecimentos importantes da Cidade, ali está presente com seu carisma,
exatamente para impulsionar, para alavancar em todos esses nossos momentos e
atividades que se realizam em Porto Alegre. Os nossos cumprimentos, a nossa
saudação. E Vossa Senhoria que é jovem tem muito e muito ainda, e haverá de dar
muito e muito ainda para o desenvolvimento da nossa Cidade e do nosso Estado.
Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio
Sebenelo está com a palavra pelo PSDB.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Quando a gente fica para o fim, as
repetições são inevitáveis. Passado o primeiro semestre da atual Administração
do País, saímos em busca de dados que possam pressentir, aliviar, que possam
nos dar experiência de um futuro melhor para um povo que precisa, por todas as
razões, se desenvolver.
E desenvolvimento não se faz apenas com o
desejo e com a esperança, faz-se com um projeto de nação, com uma visão de
estadista, faz-se com as melhores cabeças do país, em todos os setores
estratégicos da nação.
Faz-se desenvolvimento com pessoas e com
idéias bem sucedidas que, além de tudo, possam executar operações de um imenso
navio que, mesmo em águas encapeladas, possa ser capitaneado por empreendedores
que, por sua obstinação, pela elaboração de um sonho, lograram um dia vencer.
Faz-se desenvolvimento com bases, com
estacas, com pioneirismo modificando aspectos da silhueta da nossa Cidade de
então, que recém emergia de uma aldeia pacata para um conjunto de obras
edificadas pela mão humana, verdadeira malha de artérias e de suas obras de
arte, onde o nervosismo da circulação de sua gente, da idade do automóvel e da
tecnologia de ponta, aumenta o nosso nível de exigência e a rapidez das
realizações individuais e coletivas.
Mas gostaria de falar das bases e das
estacas. Não das bases de cimento, da penetração das estacas, mas das bases
pessoais. A solidez de uma formação militar, a grandiosidade operada nas construções,
são os fundamentos de uma personalidade que se distinguiu, não só pelo que faz,
mas pelo que é. É o coroamento de um esforço. É a projeção de um olhar sobre o
desenho delicioso e sensual de nossa Cidade. Esta Cidade que foi tanto
construída por ti, Geyer, que hoje te devolve agradecida e te paga em
reconhecimento, por milhares de obras residenciais, industriais, hospitalares,
pontes, viadutos, shopping, torres,
obras de telefonia e energia e tantas mais, semeando formas, retas e curvas de
um colorido caleidoscópio. De uma serventia incalculável.
Não só este doce convívio com os amigos,
mas o envolvimento com o delta do seu rio, as suas colinas delicadas, suas
avenidas, as luzes noturnas, com essa miscigenação que legou a nossa gente
todas as características da generosidade, da coragem e da beleza. É esta
Cidade, de plástica invejável, esculpida também pela mão humana, com a
habilidade de um cinzel mágico, uma estátua agradecida a seu escultor.
É esta Cidade que, a partir de agora, te
considera possessivamente seu, da Cidade, por todos os méritos, por todas as
noites indormidas, por todos os empregos criados, por todos os sonhos
desfeitos. Mas tem um que ficou. Ficou a beleza desta noite inesquecível onde
podes, ao saíres daqui, perceber esse friozinho e essa aragem magnífica que ao
compasso das pequenas ondas do Guaíba se desfazem em areia, em minúsculos
momentos de felicidade.
É a forma da Cidade te devolver, te
envolver e te tornar irreversivelmente Cidadão Emérito de uma velha aldeia
açoriana, que na reciprocidade de sonhos, devolve em sortilégio tudo o que
fizeste. Tudo que ainda farás. E para esculpir, ainda e de novo, a das mais
belas de todas essas condecorações: entregar-te nos braços, dormir ou sonhar
acordado uma nova e linda Porto Alegre, só tua, merecidamente tua. (Palmas.)
(Não revisto pelo
orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra, em nome da Bancada do PFL.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu dizia há
pouco ao meu querido amigo Ver. Cláudio Sebenelo das dificuldades de falar por
derradeiro em uma solenidade como esta. Senti uma certa ironia na sua
manifestação, porque ele sabia que as circunstâncias me colocavam como último
orador desta noite. Ele já antecipou parte do meu pronunciamento, porque depois
de ter ouvido o homenageante principal, Vereador Dr. Goulart, cuja
sensibilidade nos propicia esta noite tão esplendorosa; ao Ver. Isaac Ainhorn,
ao Ver. João Carlos Nedel, ao Ver. Elói Guimarães, e ao próprio Ver. Cláudio
Sebenelo não me restaria outra colocação, senão dizer a todos que eu subscrevo
tudo que foi dito até agora, e que agradeço a todos eles por terem feito grande
parte do meu pronunciamento.
De fato, eu não vou precisar falar a
respeito do Professor, do Engenheiro, do Militar, do Empresário, do chefe de
família, do cidadão dedicado às causas sociais e culturais da cidade de Porto
Alegre e do Rio Grande. Não! Isso já foi muito bem colocado pelos oradores que
me antecederam. Resta-me o que, Comandante Pedro Américo Leal? Resta-me
explicar por que da minha ousadia, de que, sabendo que essa plêiade de belos
oradores, ainda insistir e usar da palavra nesta noite que já se alonga. É que
eu como liberal não tenho o direito de me furtar de vir aplaudir um cidadão que
se impôs pela competência, pelo trabalho, pela seriedade e, sobre tudo, pela
pertinácia em realizar os objetivos.
O eterno Prefeito dessa Cidade, Guilherme
Socias Villela, conhece as razões de eu fazer essas afirmações. Ele, nos idos
de 77, colocou-me no rol de Secretários me distinguindo com a primazia de ter
João Dib, Jarbas Luiz Macedo Haag como colegas - grandes administradores desta
Cidade - e me fez Secretário da Produção Indústria e Comércio: “Eu quero um
advogado”. Porque havia descoberto algum tempo antes, até por iniciativa dele,
que nas construções as casas tinham pé direito, fiquei um tempo cuidando da
habitação popular e, por circunstância, me vi colocado na Secretaria de Produção
Indústria e Comércio. Diziam aqueles que não gostavam do Villela que ele havia
me dado um cassino, pois havia ganho a eleição e me pôs a correr atrás dos
camelôs na cidade de Porto Alegre. Não era verdade. Ele estava me entregando
uma Secretaria de grande amplidão, e foi lá, na Secretaria de Produção
Indústria e Comércio que conheci o Geyer. Um dia recebi esse cidadão em meu
gabinete e perguntei a ele qual o motivo da solicitação de audiência e ele me
disse, claramente: “Vim aqui porque quero trabalhar e não estão deixando que eu
trabalhe.” Eu não entendi, no começo, o que queria dizer aquela pessoa, de
forma tão objetiva: “Me explique uma coisa, quem é o senhor e o que o senhor
faz?” Ele me explicou tudo isso que todos nós hoje conhecemos, que era um homem
que teve uma carreira brilhante no Exército brasileiro, que havia sido
professor, que ainda era professor, que havia fundado uma empresa - há trinta e
cinco anos - e que estava tendo dificuldades em trabalhar, porque a minha
Secretaria - aquela que me havia sido confiada pelo Prefeito Guilherme Socias
Villela - não lhe dava o competente alvará para que ele pudesse realizar suas
atividades. Fiquei meio perplexo com aquilo, tinha recebido instrução de quem
me nomeou, de que não atrapalhasse a vida daqueles que queriam produzir no
Município de Porto Alegre, pois só assim a gente constrói uma sociedade mais
dinâmica, mais fértil, mais feliz. Perguntei a ele o que fazia, afinal de
contas, que não queriam licenciar. Ele me explicou, e até vou me socorrer das
minhas anotações, que fazia fundações por estacas de grande diâmetro,
executadas por rotação, o que mudaria os tradicionais processos de bater
estacas. Digo: “Quer dizer que vamos aposentar aquele bate estacas?” Ele disse:
“Praticamente é isso que vamos fazer.” Busquei as informações, havia algumas
dificuldades, a burocracia, todos nós sabemos que é muito forte neste País. E
me aconselhei com algumas pessoas. Me lembro até que encontrei o Ricardo
Baldino - que hoje está presente –, que já era líder dos operários da
construção civil. Eu me surpreendi com esse cidadão, Geyer, que foi me visitar
e me pareceu ser um cara muito duro, muito objetivo, muito direto. E aí o
Baldino me disse: “Tu tens razão, é duro, é direto e objetivo, mas é justo. E
pode ficar certo que é muito correto e muito honesto.” Não tive dúvidas. Com a
bênção do meu Prefeito, evidentemente, criei inclusive uma figura nova nesta
Cidade: era a figura do alvará-termos? Dr. Jarbas, que o senhor se lembra muito
bem, que resolveu muita situação de incompreensões entre a burocracia e aqueles
que queriam produzir e aqueles que queriam trabalhar. E hoje, quando eu vejo
Porto Alegre inteira, o Rio Grande e até o Brasil proclamarem os êxitos dessa
empresa, eu fico muito feliz de ter tido a oportunidade de conhecer o Geyer, e
que as circunstâncias me deram condições de, de certa forma, auxiliar para que
ele realizasse o grande trabalho empresarial que vem realizando no País.
Então, o liberal se curva e vem aqui,
Geyer, dizer: santo momento em que o Prefeito Villela me colocou na SMIC, santo
momento em que a gente criou aquela solução que lhe permitiu realizar aquele
intento, que era o intento máximo que eu acho que todo o brasileiro hoje tem
que pensar. O Geyer só queria trabalhar, só queria produzir, só queria levar
adiante os seus projetos, as suas ambições, os seus propósitos. Acho que
colaborei.
Por isso, tenho a impressão que eu tenho
o direito até de achar que pelo menos um milímetro eu tenho um pouco desta
cidadania, que merecidamente Porto Alegre hoje te outorga. Meus cumprimentos.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Convido o Ver. Dr.
Humberto Goulart e a Sra. Josi Geyer a procederem à entrega do Título ao nosso
homenageado. E convido a Sra. Vivian Goulart para entregar flores para a Sra.
Josi Geyer.
(Procede-se à entrega do Título.)
(Palmas.)
(Procede-se à entrega das flores.)
(Palmas.)
Neste momento, convidamos o nosso
homenageado, o engenheiro Carlos Geyer Rodrigues, para fazer uso da palavra.
O
SR. CARLOS GEYER RODRIGUES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sr. proponente
desta homenagem, Ver. Dr. Goulart com a esposa e o quase nascido Vinícius;
nosso ex-Prefeito Villela - não posso nominar a todos, pois passaria a noite
aqui lembrando o nome de todos -, meu caro Presidente do Sindicato dos
Trabalhadores da Indústria da Construção Civil, Ricardo Baldino, cuja presença
nos tem um significado especial, meus amigos, senhoras e senhores. Usando a
idéia do nosso Ver. Reginaldo Pujol e do meu amigo Cláudio Sebenelo, de fato,
ficar por último é uma grande dificuldade, no entanto depois das palavras
carinhosas de todos os Vereadores, fica difícil conseguir responder, porque
eles usaram, na linguagem da Engenharia, um superdimensionamento do que
poderiam ter dito; tentarei corresponder.
A notícia de que nosso nome seria
proposto para receber o Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre nos colheu de
surpresa e, naturalmente, encheu de emoção. Logo nos vimos meditando sobre os
fatos, os motivos que teriam influenciado os representantes desta nossa Cidade
para, em um universo rico de mulheres e homens capazes e brilhantes, nos
conceder tão honrosa distinção. A primeira idéia que nos ocorreu foi a de que,
ao se falar em êxitos, feliz é aquele que busca a resposta em seu trabalho, e o
nosso trabalho na construção de Porto Alegre já contabiliza 35 anos de idade.
Durante esse tempo, crescemos junto com a Cidade, com os seus prédios,
viadutos, pontes, torres de comunicação e toda a infra-estrutura que faz parte
da vida de seus cidadãos. No total, participamos, hoje, de milhares de obras.
Tem sido uma relação rica, em que desenvolvemos uma intimidade com a Cidade e
com as pessoas que ajudaram Porto Alegre a progredir; do trabalhador da
construção civil aos incorporadores e construtores, que idealizam e realizam
prédios para os mais variados fins, bem como os políticos e os servidores
públicos que planejam e promovem a construção da nossa infra-estrutura.
Gostaríamos de oferecer algumas reflexões sobre essa experiência, sobre esse
verdadeiro círculo, que é virtuoso. Einstein, na sua sabedoria, dizia que “a
vida não dá nem empresta, não se comove, nem se apieda, ela só retribui o que
lhe oferecemos e nada a mais”. Agimos baseados em generalizações que fazemos a
respeito de nós mesmo, dos outros e do mundo. Cada um de nós dá o seu próprio
significado ao mundo, por isso, acreditamos que os nossos valores deram
significado às nossas ações. Pensamos que a qualidade da nossa vida é também
determinada pela qualidade das pessoas que nos rodeiam. Numa sociedade pobre e
com justas ambições, onde há contemplados e relegados, estamos entre os que
tiveram o privilégio de cursar duas instituições públicas de ensino superior,
custeadas por essa mesma sociedade. Como entendemos que a estrada da vida é de
mão dupla, procuramos, sempre, retribuir o que recebemos dessa sociedade.
Quanto ao ensino recebido, retribuímos, colaborando para uma boa formação do
mais simples dos cidadãos, o nosso soldado, base da nossa pirâmide social.
Retribuímos, também, com muita dedicação na formação do aluno do CPOR,
importante elo de ligação entre o Exército Nacional e a sociedade civil.
Participamos na formação de oficiais na Academia Militar das Agulhas Negras. No
campo da Engenharia, igualmente procuramos dar instrução básica, formação
técnica e profissional aos trabalhadores da construção civil. Esses
trabalhadores constituem uma categoria geralmente muito despreparada. Ao
capacitá-los para operar os mais modernos equipamentos, proporcionamos-lhes
maior conforto e qualidade de vida, o que resultou em maior produtividade.
Contribuímos também na formação de técnicos de grau médio e universitário. No
campo cultural e social, entre muitas outras contribuições e participações,
fomos convocados para participar - e já o estamos fazendo como parceiros - da
obra liderada pela Sra. Eva Sopher, que segundo a sua equipe que aqui está, é a
locomotiva do nosso Theatro São Pedro. Estamos, então, colaborando no
Multipalco desse Theatro. Essa obra importantíssima pelo seu aspecto cultural e
social, vai também ligar e embelezar a paisagem urbana, religando a Praça da
Matriz ao centro comercial da Cidade. Na área sindical, modestamente e
discretamente, fizemos um grande e permanente esforço para integrar o Sindicato
Patronal com o dos Trabalhadores, cuja Diretoria aqui se encontra. Mudamos o
nosso relacionamento: do conflituoso “peito a peito” e passamos para o “ombro a
ombro”. É assim que deve ser, como pensamos, e se desenvolve, hoje, o nosso
democrático diálogo.
Do mesmo modo, demos muita atenção aos
problemas do meio ambiente, que, geralmente, o nosso tipo de obra tem de
enfrentar. A nossa empresa é pioneira, no País, no emprego das mais modernas
tecnologias destinadas a minimizar a degradação da qualidade de vida nas áreas
adjacentes às obras. Os estaqueamentos e as fundações, quando utilizam
tecnologias superadas, provocam, normalmente, intensa poluição sonora e fortes
vibrações, causando desconforto às pessoas e até mesmo danos nas edificações
vizinhas.
Sentimo-nos felizes por termos fundado
essa empresa e, por meio dela, contribuímos para a geração de empregos. Muitos
tiveram o seu primeiro trabalho, cresceram e ainda hoje permanecem na equipe. O
trabalho dessa equipe, nem sempre percebido, é, na realidade, de alta
responsabilidade, executando obras que ninguém vê, mas que dão suporte e
segurança para as obras que todos nós vemos.
Um homem pode ser avaliado e interpretado
como sendo a resultante de seu berço e das circunstâncias de sua vida. Muitos
dos que aqui estão presentes foram atores e co-autores de nossa existência e
foram também atores em nossa vida. Ajudaram a moldá-la com a força de suas
influências e balizaram nossos caminhos com a grandeza de seus exemplos. Quem,
aqui e agora, emocionado vos fala, tem consciência do seu débito para com
todos. À minha mãe aqui presente e ao meu saudoso pai, devo o dom da vida, o
amparo aos meus primeiros passos e os valores morais que, ainda hoje, inspiram
os meus atos.
Devo muito à minha mulher, aos meus
irmãos, aos meus filhos. Muito devo aos mestres, muitos aqui presentes, aos
amigos e colegas, à minha equipe e, hoje, especialmente ao Ver. Dr. Goulart e
aos demais ilustres representantes do povo de Porto Alegre. Enfim, a quantos
mais devo creditar o mérito de estar recebendo a homenagem desta noite. A
todos, cuja presença muito me honra e dá validade ao Título que hoje recebo.
Aristóteles dizia que “a alegria e a
felicidade consistem em fazer as coisas certas e bem feitas”, agindo-se assim,
sem esperar coisa alguma em troca, já se está recompensado. Amplamente
recompensado. O prêmio da boa ação é tê-la praticado!
O Título que me é concedido, por não ter
sido esperado, é uma segunda recompensa. É mais significativo e mais comovente.
O maior prêmio para o trabalho do homem não é o que ele ganha com isso, e sim o
que ele se torna com isso. Tornei-me, agora, Cidadão Emérito desta querida
Porto Alegre, “Cidade sorriso”, que me acolheu, estimulou e me propiciou o
crescimento.
O agradecimento é a memória do coração.
Por tudo isso, só consigo concluir com
uma palavra singela, mas de profundo e universal significado. Digo,
simplesmente, muito obrigado a todos e muito obrigado por terem vindo.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O meu caro engenheiro
Carlos Geyer Rodrigues, no seu discurso, lembrou o que o genial Albert Einstein
dizia: "A vida não dá nem empresta nada, apenas retribui aquilo que lhe
oferecemos." Vale para a Cidade o mesmo que Albert Einstein disse para a
vida. A Cidade também não dá nem empresta, mas retribui aquilo que lhe
oferecemos. É por isso que, nesta noite, está recebendo, na Casa do Povo de
Porto Alegre, portanto do povo de Porto Alegre, o Título de Cidadão Emérito, no
meu entendimento o título mais importante que esta Casa outorga. Esse título
lhe diz que é um homem insigne, eminente, mas também a Cidade volta a dizer que
espera que V. Sª continue oferecendo a ela muito trabalho, muitas coisas boas,
como tem feito até agora. Desejamo-lhe todo o sucesso!
Nós nos encaminhamos para o encerramento
desta solenidade, agradecendo a presença de todos, em especial a do nosso
homenageado e sua esposa, Josi Geyer; do Desembargador Délio Spalding de
Almeida Wedy; do Conselheiro João Luiz Vargas; do Dr. Almir Porto da Rocha
Filho; do General de Brigada, Sérgio Luiz Vazda Silva, Chefe do Estado Maior do
Comando Militar do Sul; do Dr. Wilson Martins, representando o nosso Prefeito,
que só não está aqui porque hoje inaugura o Paço dos Açorianos, depois de uma
longa obra de restauração; da D. Eva Sopher, muito querida, que sabe tudo sobre
restauração; do Major Marcos Borges, o do Dr. Geraldo Stédile.
Um abraço especial para o Ver. Dr.
Goulart, que propôs esta solenidade e, mais uma vez, agradecendo a todos pela
presença, solicito que, de pé, ouçamos o Hino Rio-Grandense. Saúde e paz!
(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)
A todos obrigado e muito boa noite. Damos
por encerrada a presente Sessão Solene.
(Encerra-se a Sessão às 20h56min.)
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